12/05/2025
Itaú Unibanco lucra R$ 11,1 bilhões no 1º trimestre de 2025 enquanto fecha agências e perde clientes
O Itaú Unibanco registrou lucro líquido gerencial de R$ 11,128 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período de 2024. Na comparação com o trimestre anterior (4T24), o aumento foi de 2,2% — quando o lucro foi de R$ 10,884 bilhões. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE), no Brasil, chegou a 23,7%, com alta de 1 ponto percentual em doze meses.
Segundo o relatório divulgado pelo banco, o desempenho foi impulsionado pela expansão de 13,9% na margem financeira com clientes, reflexo do crescimento da carteira de crédito, da maior margem com passivos e da remuneração do capital de giro próprio. O resultado também foi beneficiado pelo aumento das receitas com prestação de serviços, expansão no setor de seguros e redução nas despesas não relacionadas a juros.
A carteira de crédito totalizou R$ 1,383 trilhão no final de março de 2025, com alta de 13,2% em doze meses, embora tenha recuado 1,7% no trimestre. No segmento de pessoas físicas, o volume alcançou R$ 448,8 bilhões (+8,6% em 12 meses), com destaque para o crescimento no crédito imobiliário (+16,7%), financiamento de veículos (+9%) e crédito pessoal (+7,8%).
Entre as pessoas jurídicas, a carteira de grandes empresas cresceu 13% em relação a março de 2024, chegando a R$ 425,3 bilhões. Já o crédito destinado a micro, pequenas e médias empresas somou R$ 273,2 bilhões, com crescimento de 17,7% no mesmo período.
A taxa de inadimplência acima de 90 dias caiu 0,4 ponto percentual, ficando em 2,3% em dezembro de 2024. As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 2,7% em doze meses, somando R$ 9,4 bilhões.
Apesar do aumento no lucro e na rentabilidade, o banco seguiu na contramão dos interesses da sociedade ao reduzir sua estrutura física e perder clientes. Em doze meses, o Itaú fechou 222 agências no Brasil e perdeu 1,4 milhão de clientes, encerrando março de 2025 com 99,2 milhões de correntistas.
Em relação ao quadro funcional, a holding contava com 86.279 empregados no país no fim do primeiro trimestre deste ano — um crescimento modesto de 343 postos em 12 meses e de apenas 51 vagas no trimestre. Considerando o lucro bilionário e a digitalização acelerada, o número ainda está muito abaixo da capacidade de reinvestimento e valorização dos trabalhadores.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias ficaram estáveis em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 11,9 bilhões. Já as despesas de pessoal, incluindo a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), cresceram 8%, totalizando R$ 7,95 bilhões. Assim, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas de tarifas e serviços foi de 149,9% no período — demonstrando que o banco poderia remunerar ainda melhor seus funcionários.
Pressão, adoecimento e responsabilidade social
Para a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Valeska Pincovai, os resultados bilionários contrastam com a realidade enfrentada diariamente pelos trabalhadores. “O lucro do Itaú só é possível graças ao trabalho dos bancários, que infelizmente continuam sendo vítimas de pressão e assédio moral nas agências e departamentos. Cada vez mais os números revelam uma realidade alarmante: o crescimento dos afastamentos por doenças psíquicas, causadas por metas abusivas, sobrecarga e insegurança. O fechamento de agências, a ameaça constante de demissão e a intensificação do trabalho afetam diretamente a saúde dos trabalhadores. Com um lucro dessa dimensão, o banco tem plenas condições de contratar mais funcionários, parar de fechar unidades e oferecer um atendimento digno à população, cumprindo sua responsabilidade social.”
Segundo o relatório divulgado pelo banco, o desempenho foi impulsionado pela expansão de 13,9% na margem financeira com clientes, reflexo do crescimento da carteira de crédito, da maior margem com passivos e da remuneração do capital de giro próprio. O resultado também foi beneficiado pelo aumento das receitas com prestação de serviços, expansão no setor de seguros e redução nas despesas não relacionadas a juros.
A carteira de crédito totalizou R$ 1,383 trilhão no final de março de 2025, com alta de 13,2% em doze meses, embora tenha recuado 1,7% no trimestre. No segmento de pessoas físicas, o volume alcançou R$ 448,8 bilhões (+8,6% em 12 meses), com destaque para o crescimento no crédito imobiliário (+16,7%), financiamento de veículos (+9%) e crédito pessoal (+7,8%).
Entre as pessoas jurídicas, a carteira de grandes empresas cresceu 13% em relação a março de 2024, chegando a R$ 425,3 bilhões. Já o crédito destinado a micro, pequenas e médias empresas somou R$ 273,2 bilhões, com crescimento de 17,7% no mesmo período.
A taxa de inadimplência acima de 90 dias caiu 0,4 ponto percentual, ficando em 2,3% em dezembro de 2024. As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 2,7% em doze meses, somando R$ 9,4 bilhões.
Apesar do aumento no lucro e na rentabilidade, o banco seguiu na contramão dos interesses da sociedade ao reduzir sua estrutura física e perder clientes. Em doze meses, o Itaú fechou 222 agências no Brasil e perdeu 1,4 milhão de clientes, encerrando março de 2025 com 99,2 milhões de correntistas.
Em relação ao quadro funcional, a holding contava com 86.279 empregados no país no fim do primeiro trimestre deste ano — um crescimento modesto de 343 postos em 12 meses e de apenas 51 vagas no trimestre. Considerando o lucro bilionário e a digitalização acelerada, o número ainda está muito abaixo da capacidade de reinvestimento e valorização dos trabalhadores.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias ficaram estáveis em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 11,9 bilhões. Já as despesas de pessoal, incluindo a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), cresceram 8%, totalizando R$ 7,95 bilhões. Assim, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas de tarifas e serviços foi de 149,9% no período — demonstrando que o banco poderia remunerar ainda melhor seus funcionários.
Pressão, adoecimento e responsabilidade social
Para a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Valeska Pincovai, os resultados bilionários contrastam com a realidade enfrentada diariamente pelos trabalhadores. “O lucro do Itaú só é possível graças ao trabalho dos bancários, que infelizmente continuam sendo vítimas de pressão e assédio moral nas agências e departamentos. Cada vez mais os números revelam uma realidade alarmante: o crescimento dos afastamentos por doenças psíquicas, causadas por metas abusivas, sobrecarga e insegurança. O fechamento de agências, a ameaça constante de demissão e a intensificação do trabalho afetam diretamente a saúde dos trabalhadores. Com um lucro dessa dimensão, o banco tem plenas condições de contratar mais funcionários, parar de fechar unidades e oferecer um atendimento digno à população, cumprindo sua responsabilidade social.”
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