28/08/2024
Fenaban apresenta proposta com prejuízo de mais de R$ 1,2 bilhão aos bancários
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) voltou a desvalorizar a categoria bancária e negou a reivindicação por aumento real, na 10ª rodada de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, realizada nesta terça-feira (27).
No início do encontro, a entidade propôs reajuste de 90% do INPC, o que resultaria em perda salarial de 0,38%. O Comando rejeitou prontamente e uma pausa foi solicitada pelos bancos. No retorno, a entidade apresentou proposta de 100% do INPC nos salários e demais verbas (portanto, de ganho real zero), somente em janeiro de 2025. Com essa proposta, a antecipação da participação nos lucros e resultados (PLR) ocorreria sem reajuste. O comando rejeitou novamente.
"Não há nenhuma possibilidade de defender um acordo sem aumento real, imagine ainda um acordo com prejuízos à categoria", pontuou a coordenadora do comando e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Com essa proposta de reajuste zero e deixando de aplicar o reajuste em setembro, mas somente em janeiro, os bancos retirariam do bolso das trabalhadoras e trabalhadores R$ 1,2 bilhão, considerando salários, segunda parcela do 13º, vale alimentação e vale refeição e antecipação da PLR”, completou.
Pela proposta da Fenaban, é como se cada bancário passasse para os bancos R$ 682 por mês, durante os quatro meses. Sem contar os ganhos relacionados aos encargos que os bancos deixariam de pagar entre setembro e dezembro, pelo não reajuste no período. “Ou seja, estão querendo ganhar dinheiro às custas dos funcionários. Um presente lamentável dos bancos, diante da véspera do dia nacional dos bancários”, continuou Juvandia.
Diante da falta de empenho da Fenaban em concluir as negociações, o Comando Nacional pontuou que estará em São Paulo para as negociações até sexta, que é o prazo que os bancos têm para apresentar uma proposta decente. As negociações continuam amanhã, quarta-feira (28), a partir das 10h.
O comando cobrou que, no próximo encontro, os bancos respondam às reivindicações sobre suporte aos pais de PCDs, o combate ao endividamento dos bancários, respeito ao direito à desconexão, combate à terceirização, garantia dos empregos, ampliação do teletrabalho, além do aumento real da remuneração e PLR, entre outros pontos da minuta.
Manifestações e assembleias
O Comando Nacional tirou um dia nacional de luta, para esta quarta (28). O coletivo também decidiu realizar assembleias no dia 4 de setembro, antecedidas de plenárias, a partir das 18h, para que a categoria avalie propostas ou os rumos das mobilizações.
Para Fenaban, a culpa é dos bancários
A Fenaban culpou as trabalhadoras e trabalhadores “por encarecerem os produtos dos bancos” e voltou a reclamar da concorrência, sem dizer, entretanto, que muitos bancos são detentores de instituições de pagamentos.
O comando rebateu e lembrou que as principais receitas dos bancos representam 10 vezes as despesas de pessoal, enquanto que, nas cooperativas, essa relação é de 7 para 1 e, nas instituições de pagamento de 1,3 para 1. Assim, mesmo que as despesas de pessoal dos bancos sejam superiores as das cooperativas e das instituições de pagamento, as receitas dos bancos são 15 vezes maiores que das cooperativas e 123 vezes maiores que das instituições de pagamento, segundo dados dos balanços do 1º trimestre de 2024.
A Fenaban disse ainda que a concorrência no setor afeta o emprego bancário, argumento também desmontado pelos representantes dos trabalhadores, que observaram que o processo de plataformização (impulsionamento da inovação) nos bancos está sendo utilizando como estratégia para demitir e contratar trabalhadores terceirizados e autônomos. “E mesmo que os bancários não tivessem reajustes, os bancos continuariam fechando agências e demitindo. E isso tem haver com ganância e não com concorrência”, pontuou Juvandia.
Por fim, os representantes dos bancos culparam as conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) pela redução de trabalhadores no setor. “Em um país em que dois da lista dos cinco novos bilionários da Forbes em 2024 são banqueiros, em que entre as 10 maiores empresas do país, cinco são bancos, além de desrespeitar o trabalhador com esses apontamentos, a Fenaban não demostra ter compromisso com o desenvolvimento do país”, destacou Juvandia Moreira, voltando a lembrar que, só em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões. “Estamos falando de lucro, já descontados impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos”, completou.
A também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, reforçou que a categoria não irá aceitar uma proposta de reajuste que não seja de aumento real. “Estamos falando do setor bancário, que nunca perde, mesmo em momentos de crise. Essas propostas de reajustes que impõe perdas econômicas para os trabalhadores, justamente os responsáveis pelos resultados dos bancos, são inadmissíveis”, concluiu.
No início do encontro, a entidade propôs reajuste de 90% do INPC, o que resultaria em perda salarial de 0,38%. O Comando rejeitou prontamente e uma pausa foi solicitada pelos bancos. No retorno, a entidade apresentou proposta de 100% do INPC nos salários e demais verbas (portanto, de ganho real zero), somente em janeiro de 2025. Com essa proposta, a antecipação da participação nos lucros e resultados (PLR) ocorreria sem reajuste. O comando rejeitou novamente.
"Não há nenhuma possibilidade de defender um acordo sem aumento real, imagine ainda um acordo com prejuízos à categoria", pontuou a coordenadora do comando e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Com essa proposta de reajuste zero e deixando de aplicar o reajuste em setembro, mas somente em janeiro, os bancos retirariam do bolso das trabalhadoras e trabalhadores R$ 1,2 bilhão, considerando salários, segunda parcela do 13º, vale alimentação e vale refeição e antecipação da PLR”, completou.
Pela proposta da Fenaban, é como se cada bancário passasse para os bancos R$ 682 por mês, durante os quatro meses. Sem contar os ganhos relacionados aos encargos que os bancos deixariam de pagar entre setembro e dezembro, pelo não reajuste no período. “Ou seja, estão querendo ganhar dinheiro às custas dos funcionários. Um presente lamentável dos bancos, diante da véspera do dia nacional dos bancários”, continuou Juvandia.
Diante da falta de empenho da Fenaban em concluir as negociações, o Comando Nacional pontuou que estará em São Paulo para as negociações até sexta, que é o prazo que os bancos têm para apresentar uma proposta decente. As negociações continuam amanhã, quarta-feira (28), a partir das 10h.
O comando cobrou que, no próximo encontro, os bancos respondam às reivindicações sobre suporte aos pais de PCDs, o combate ao endividamento dos bancários, respeito ao direito à desconexão, combate à terceirização, garantia dos empregos, ampliação do teletrabalho, além do aumento real da remuneração e PLR, entre outros pontos da minuta.
Manifestações e assembleias
O Comando Nacional tirou um dia nacional de luta, para esta quarta (28). O coletivo também decidiu realizar assembleias no dia 4 de setembro, antecedidas de plenárias, a partir das 18h, para que a categoria avalie propostas ou os rumos das mobilizações.
Para Fenaban, a culpa é dos bancários
A Fenaban culpou as trabalhadoras e trabalhadores “por encarecerem os produtos dos bancos” e voltou a reclamar da concorrência, sem dizer, entretanto, que muitos bancos são detentores de instituições de pagamentos.
O comando rebateu e lembrou que as principais receitas dos bancos representam 10 vezes as despesas de pessoal, enquanto que, nas cooperativas, essa relação é de 7 para 1 e, nas instituições de pagamento de 1,3 para 1. Assim, mesmo que as despesas de pessoal dos bancos sejam superiores as das cooperativas e das instituições de pagamento, as receitas dos bancos são 15 vezes maiores que das cooperativas e 123 vezes maiores que das instituições de pagamento, segundo dados dos balanços do 1º trimestre de 2024.
A Fenaban disse ainda que a concorrência no setor afeta o emprego bancário, argumento também desmontado pelos representantes dos trabalhadores, que observaram que o processo de plataformização (impulsionamento da inovação) nos bancos está sendo utilizando como estratégia para demitir e contratar trabalhadores terceirizados e autônomos. “E mesmo que os bancários não tivessem reajustes, os bancos continuariam fechando agências e demitindo. E isso tem haver com ganância e não com concorrência”, pontuou Juvandia.
Por fim, os representantes dos bancos culparam as conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) pela redução de trabalhadores no setor. “Em um país em que dois da lista dos cinco novos bilionários da Forbes em 2024 são banqueiros, em que entre as 10 maiores empresas do país, cinco são bancos, além de desrespeitar o trabalhador com esses apontamentos, a Fenaban não demostra ter compromisso com o desenvolvimento do país”, destacou Juvandia Moreira, voltando a lembrar que, só em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões. “Estamos falando de lucro, já descontados impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos”, completou.
A também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, reforçou que a categoria não irá aceitar uma proposta de reajuste que não seja de aumento real. “Estamos falando do setor bancário, que nunca perde, mesmo em momentos de crise. Essas propostas de reajustes que impõe perdas econômicas para os trabalhadores, justamente os responsáveis pelos resultados dos bancos, são inadmissíveis”, concluiu.
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