22/11/2022

BB: banco apresenta powerpoint ao invés de proposta para ampliar teletrabalho


O banco também admitiu que apenas os funcionários da área de tecnologia da informação (TI) são liberados para exercer 100% das atividades em home office, pois tem interesse em “reter talentos”. Por outro lado, ao ser questionado porque trabalhadores que sofrem com alguma comorbidade não estão conseguindo acessar esse direito, a resposta da empresa foi que “o TRI [trabalho remoto institucional] não tem como objetivo cuidar da saúde”.

Apesar de reconhecer as leis 14.442/2022 e 14.457/2022, que concedem o direito de home office para pais, mães e tutores com crianças de até 4 anos e de até 6 anos ou com deficiência (independentemente da idade), o banco pontuou que só está liberando o trabalho remoto nas unidades que foram habilitadas pelos diretores responsáveis.

“Do jeito que foi colocado pelo banco, fica a cargo, como eles dizem, ‘de cada unidade estratégica’ decidir se vai ter ou não home office. Ou seja, não existe uma orientação geral”, ponderou Fernanda Lopes, lembrando que a área de Varejo tem grande demanda por teletrabalho, mas é onde os gestores responsáveis não fizeram nenhum tipo de sinalização para implementar o modelo.

“Não sei se foi por um ato falho, mas o que o banco nos respondeu é que está priorizando critérios internos em detrimento da legislação”, destacou ainda Getúlio Maciel, representante da Fetec-CUT/SP na CEBB. Rogério Tavares, representante da Fetrafi/MG na CEBB, reforçou a preocupação apresentando o caso de uma funcionária com deficiência que está com a cadeira de rodas elétrica quebrada e, há quatro semanas, solicita permissão para exercer trabalho remoto. “Ninguém conhece melhor a demanda dos funcionários do que o movimento sindical. O ideal seria a direção do banco ouvir o funcionário, escutar o interesse dos trabalhadores. Mas o que foi colocado na mesa é apenas o interesse da empresa, tanto é que admitiu que permite 100% de teletrabalho à área de TI para não perder talentos”, arrematou.

“O que acontece hoje na área de TI é o que gostaríamos que fosse implementado em todo o banco”, destacou Fernanda Lopes. “Nossa avaliação é que a gestão do banco sofre com influência do governo atual que, como já observamos em matérias anteriores da Contraf, não tem interesse de melhorar a qualidade de vida dos funcionários”, disse ainda, lembrando que nos últimos anos os sindicatos registraram aumento de denúncias de assédio moral de funcionários do BB para alcançar metas.
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